Raquel Prado e Seu Ex-Líbris: O Símbolo de Uma Mulher Visionária

Por Mary Komatsu*

Março é o mês da mulher, um momento especial para relembrar figuras femininas que deixaram sua marca na história. Entre elas, destacamos Virgilia Stella da Silva Cruz, mais conhecida pelos pseudônimos Raquel Prado, Stella Silva e Esther Silva. Nascida em Curitiba em 20 de março de 1891 e falecida no Rio de Janeiro em 1942, Raquel Prado foi uma escritora, jornalista e editora pioneira no Brasil.

Além de fundar a primeira escola de jornalismo do país e ser a primeira mulher editora brasileira, Raquel escreveu para diversos periódicos renomados, como Jornal do Brasil, Correio da Manhã, O Malho, O Cruzeiro, Tico-Tico e O Globo. Seus artigos abordavam temas variados, incluindo pedagogia, arqueologia, paleontologia, folclore, literatura, música e teosofia. Também publicou livros como Lemúria e Atlântica, Contos Fantásticos, Diário de um Menino e A Educação à Luz da Teosofia.

Raquel Prado também teve sua marca registrada na arte do ex-librismo. Segundo o colecionador Paulo Berger, ela teve 02 ex-líbris pessoais em forma de etiqueta. Um deles é o ex-líbris Biblioteca Raquel Prado, cuja o exemplar traz a deusa Ísis alada sobre uma estrela de Davi, acompanhada da inscrição latina "Theus Humanitas Veritas Sophia" (Deus, Humanidade, Verdade e Sabedoria), é um símbolo de sua ligação com a Fraternitas Rosicruciana Antiqua. O outro ex-líbris não se tem a imagem, e o que se sabe é que tem suas iniciais “R P”.  Um desses ex-libris participou da 1ª Exposição Brasileira de Ex-Líbris em 1942, na categoria Marca de Autor, é um exemplar pertenceu ao acervo da Biblioteca Nacional.

Ex-líbris Biblioteca Raquel Prado.

Celebramos Raquel Prado como uma mulher visionária que, através das letras e da simbologia, eternizou seu nome na cultura brasileira. Seu ex-líbris e sua trajetória são testemunhos de um espírito inquieto e inovador, que merece ser lembrado e celebrado.

*Mary Komatsu - Bibliotecária e administradora do canal Caçadora de Ex-líbris.