Por Luiz Felipe Stelling*
A ortografia é o conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa que rege a grafia correta das palavras, o uso de sinais gráficos que destacam vogais tônicas, dentre outros assuntos.
No Brasil, a referência em ortografia é o VOLP - Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de responsabilidade da equipe de lexicografia da Academia Brasileira de Letras.
Ao consultar o VOLP em dezembro de 2020, eu encontrei a grafia de ex-líbris sem o acento agudo: ex-libris. Mas os dicionários Houaiss e Aurélio – organizados por eminentes dicionaristas que eram acadêmicos da própria ABL – apresentam a grafia com hífen e acento agudo: ex-líbris. Outro dicionário tradicional e de peso, o Aulete, também traz a grafia ex-líbris. Além disso, o acadêmico Evanildo Bechara – lexicógrafo da ABL –, em 2011, já tinha informado a correta grafia de ex-líbris, como está expresso em um e-mail da bibliotecária Adriana Villaça, chefe da BRG/ABL – ocasião em que a ABL preparava a exposição Barão do Rio Branco – Colecionador de Ex-líbris, que ocorreu em 2012. Como resultado dessa exposição, a ABL lançou em 2014 (note-se a grafia) o Livro dos Ex-líbris, organizado por Alberto da Costa e Silva e por Anselmo Maciel.
Por que havia essa discordância entre o VOLP e os dicionários Houaiss, Aurélio, Aulete, e o lexicógrafo Bechara? Intrigado com esse ‘problema’ ortográfico, no mesmo dezembro de 2020, eu escrevi para a ABL por meio de seu site institucional, e recebi rápida resposta deles sobre o assunto. A ABL identificou a incorreção e avisou que a grafia de ex-líbris seria retificada na próxima edição do VOLP, o que realmente já aconteceu. A sexta edição do VOLP, on-line no site da ABL em 2021, já apresenta a grafia correta.
Como conclusão, a grafia de ex-líbris é assim: com hífen e acento agudo.
Link do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP)
*Luiz Felipe Stelling - Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense (2007). Pesquisador e colecionador de ex-líbris desde 1992.
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